quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tinto do Sangue

São nas correntes de sangue que passam por meu corpo
Que Interligam meus órgãos
E Irrigam meus músculos
Onde ocorrem os transportes de nutrientes por todas as minhas partes
Reparte-se e adentram em minhas veias, vasos e artérias
Que faz meu coração bater e encher de calor
E quando estou a namorar me deixas quente, me toma o corpo de ardor
É também por parte dela que me sinto vivo, coerente e raciocino com a mente.

Sangue de cor semelhante ao extrato da uva roxa,
Cor de vinho,
Tinto!
Tinjo o sangue com o vermelho,
Viva cor quente, que emana toda a força que adentra meu ser,
Sente?

A vermelhidão desenfreada que ocorre quando se sofre uma pancada,
Um hematoma,
Toma a forma e retrata o corpo como um vinho que derrama, de dentro pra fora,
Dentro de si,
Ou superficialmente.

Mensalmente presente,
Nos ciclos femininos hormonais.
Descamando a parede do local onde uma nova vida, poderia se abrigar.

Líquido precioso
Que liga a mãe ao feto
E promove a mais bela e forte troca de afeto, saúde e alimento,
Alimentando ambos de cumplicidade.

Estando presente na vida e na morte,
No amor e na dor,
Nos opostos, nos iguais,
No ocidente, nos orientais,
Nos animais,
Nas plantas e flores o sangue é a seiva.

Sangue tu és líquido, símbolo.
Nunca estanque meu coração de mágoa, nem ódio, nem raiva.
Que sua fluidez me dê leveza, altivez e certeza de dias melhores, de uma vida tranqüila, repleta de beleza e de amor!
Sangue, teu vermelho enche de chama o doce mistério da vida!

Pego uma garrafa na adega e encho minha taça de bebida fervida.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS

Construções modernas com alto poder de capital implantado
Tomam conta da cidade, por toda a parte
Derrubam verde, flores, árvores
Desabrigam pássaros e animais,

Os homens e suas obras Arquitetônicas,
Obras de engenharia anacrônicas,
No lugar de matas densas, construções horrendas tomam conta
Animais selvagens entram em extinção
Com o poder destruidor expansivo que o homem, usa, sem precisão.

As mais lindas paisagens naturais, sem iguais.
Transmutaram-se em pedras, cimento, asfalto.
Lugares antes pertencentes à flora e fauna,
Agora são antros de assalto.
Seres que viviam em meio as mais belas correntes de rio, as mais fortes cachoeiras,
Agora vivem em meio a esgotos e represas.

O sol que comanda o dia e a noite,
Hoje em dia conta com o apoio da energia elétrica
Que clareia com estética e torna a noite menos obscura,
Em sua calada diária.
Mas ao mesmo tempo em que ilumina, a energia das turbinas dissipa litros de águas
que poluem rios e os mares, que de animais eram lares.

As ocas tornaram-se prédios,
O rural virou o urbano,
As cartas tornaram-se e-mails,
Os celulares apareceram em meio a todo este advento tecnológico, industrial.

Mas as conseqüências desastrosas diariamente o mundo sente,
Animais aniquilados, sociedades dizimadas, pensamentos esquecidos, árvores centenárias dão lugar a estacionamento, concreto e poluição tomam conta dos lugares, dos momentos,
Sofrimentos para muitos, que vivem aquém, sem ninguém
Que não come e não bebe, pois não têm.
Que não sabe se o amanhã chegará
Pois a vida que possui, valor não há.
É uma pena essa realidade, essa devoção por ganância e dinheiro
Só faz atrasar uma sociedade que deveria viver em paz, sem dificuldade,
Que deveria sobreviver de amor e de atos de solidariedade.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

São Salvador

Salvador, primeira capital do Brasil
Fundada como São Salvador da Baia de Todos os Santos,
Temos encantos e axé.
Terra que transpira verão,
O ano todo se der.

Paraíso tropical, sem igual
Seus portos recortados
Geograficamente estratégicos
Seu céu pincelado de aquarelas
Seu mar refletindo as cores mais belas

Seu povo, reflexo da cultura africana, do candomblé
Fundida com a natureza tupiniquim, até hoje dizimada
Pelo capitalismo selvagem e sem piedade, dos católicos catequizadores,
E das potências mundiais, antinaturais.

Suas festas populares, como a de Yemanjá,
Dia dois de fevereiro no Rio vermelho está,
A homenagem ao Senhor do Bonfim,
Que em Janeiro é acompanhada pela comunidade,
Desde a Igreja de Conceição, de onde sai uma grande procissão.

Dia 2 de julho, é a festa dos Caboclos,
Movimento popular que se rebelou no ato
Para contrapor a ordem social vigente em 1824.

É em setembro, que também se nota a herança da ascendência africana,
A cidade fica mais apimentada, recheada de culinária baiana,
Pois há a homenagem a Cosme e Damião, santos jovens que representam a união,
A infância,
A ligação, entre dois irmãos.
Caruru e vatapá, presentes estão.

Ah Cidade da Bahia, Salvador, meu amor,
Minha terra, fonte da mais nobre energia,
que possui um movimento cultural, sem igual
Que os orixás, protejam esta cidade,
Afastem toda a miséria e desigualdade,
O desemprego, as fatalidades,
Pois és cheia de luz, encantos e cantos.
Por tudo que sofreste e por possuir uma cultura mística e poderosa,
Terra minha, não mereces viver em prantos!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Arde, qual arte?

Caso fosse uma obra de arte teria a luz e o movimento impressionista de Van Gogh.
A criatividade e leveza das músicas de Gil
A construção métrica, poética de Caetano
Soaria como a voz firme e forte de Elis, composta de emoção
Como a construção do Chico.

Se fosse um texto seria um poético, expressionista, subliminar, pós-moderno.
Encantaria a todos por um escrito autêntico de forma e métrica inovadoras.

Se uma fotografia fosse, seria preto e branco nos momentos íntimos, meus.
Não uma sépia, pois me daria um tom envelhecido, saudoso,
Seria com cores, caso retratasse meus amores, família e amigos, momentos felizes
Que a vida me proporcionou e proporciona, as mais belas andanças.

Um filme com a fotografia mais encantadora, as paisagens mais sublimes e hipnotizantes,
Traria diversas formas de expressão,
Passaria em diversas telas,
Emocionaria alguns, cairia no gosto de outros, no desgosto de desgostosos, na crítica de profissionais ou não.

Estamos cercados deles, os críticos.

Ah se fosse uma escultura passaria a firmeza impressionista do Rodin,
Poderia ser em madeira, em ferro, em barro, passaria pelas mãos das mais belas e criativas artesãs.

Se uma peça fosse, seria mais que um ato, um retrato, uma cena,
Pois a vida não é serena,
é composta de cores, paisagens, sons, cheiros e imagens que formam o todo, que dão forma ao viver e que possuem continuidade.

Sou um animal diferente,
Alguns, dizem que a imagem e semelhança de Deus
Outros que viemos dos macacos,
O certo é que somos compostos de corpo, mente, sangue, emoção e razão.
De relações, de afeições, de confusões, alucinações, sonhos, vontades, desejos, aprendizado, atitudes, realidade.
Sou parte do todo, do todo faço parte.
Por isso que também sou uma bela obra de arte.
Que Arde!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dama da noite

Maria Joaquina,

já foi mulher que alucina,

suas pernas grossas,

seu olhar de mulher dengosa, atraiam os mais vorazes olhares.

Seu andar sinuoso, provocante.

Seu cheiro, um fator estimulante.

Ah Joaquina que de noite era vadia,

Saiu pela vida fora,

Trapaceou quem no seu caminho se metia,

Gozava os prazeres da vida.

Despedaçava corações de dia ,

Na lanchonete onde trabalhava, onde muitos a assediavam.

Ela se fazia de Santinha.

Tinha uma casa, dois filhos, o marido a batia.

Arranjou um amor, nem a mala levou, sumiu,
Pegou somente os filhos e viajou,

ninguém mais via

aquela dona do lar Maria

que de noite vida fazia, diariamente sofria.

Agora mulher de gringo tornou-se

Boa vida seria sua sina.

Nos melhores restaurantes jantou,
Os mais amorosos beijos de amor recebeu,
E agora encontro ela, novamente, é aquela senhora ali na praça.

Que anda sozinha

Foi mulher minha um dia.

Certa vez quando me questionei o que seria da vida
Resolvi sonhar, procurar encontrar a felicidade.
Antes de agir, vem o pensar.
Ando seja pro trabalho, faculdade, pra encontrar algo que me permito saber,
Procurar, ler.

Certamente nada passa de um evento que não se repetirá
Pois o tempo é contínuo ele não pára.
E há tempo que se avista o escarro na pista,
A bola que corre,
O empinar da pipa,
O cantar dos pássaros,
O barulho do mar.
Um mergulho nas águas tem seu lugar.
A aranha na teia, tecendo sua vida.
A ave que voa e
A liberdade e alegria que solta num respirar, dentro do sangue, que circula nas veias e bate no peito.
Libero eu com o escrito.
De antemão aviso-lhe
Que o ensimesmado eu
Procura encontrar distantes conclusões.

Mas a procura corre, ocorre e quanto mais me questiono
Reflito, respiro, canto sorrio.
Ah de manhã, os pássaros que cantam e o quente que surge do sol, do dia
A brisa do mar de setembro
Procuro um momento pra ser feliz
Sair de repente, ouvir uma música, namorar, amar, rir

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tempo







O tempo não pára,
ele anda,
segue,
ele corre,
amadurece,
aproxima,
distancia,
voa.

O tempo ecoa...
O tempo não tem idade definida,
nem identidade própria,
possui um Deus: Saturno, pros Romanos.
pros Gregos: Crono.

O tempo é relativo,
é pontual,
é concreto,
abstrato.
Quanto tempo a gente passa se preocupando?
Quanto tempo a gente vive se ocupando?
Quanto tempo...
As horas e os minutos, hão de passar
E tudo no seu lugar.
A Infancia, a mocidade, a juventude, a vida adulta, a velhice
Vão chegar,
Se o tempo pra você não acabar.

O tempo é contínuo e os segundos,
os minutos,as horas,dias,meses e anos hão de ser contados,
vividos,
Vívidos tempos...
E eu a olhar-te
e tu a mostrar-me.
E eu a crescer...
E tu a voar...
E eu a viver,
E tu a regrar-me.
Ah tempo,
tempo que cura dores,
transforma atores,
tempo que une pessoas,
distancia amores,
tempo, tempo
tempo que prossegue, que segue,que voa, que corre, que anda...
Quem te comanda?
Quem te apressa?
Porque que tu passa cada vez mais rápido?
Haja tempo pra acompanhar-te.
Ah o tempo...

Este sim é uma grande obra de arte!









Gotas




Enquanto estou a exercer este poder de escrever,

as nuvens chocam-se

e

as

go-

tas

ca-

em

num

movimento contínuo.


Estava apoiado na janela

Meus pensamentos eram poéticos,reflexos estéticos.

E daí resolvi escrever-te.

Nesta madrugada,que está fria

na minha cama,

que me conforta

e

renova minha energia.

da minha cama

onde avisto o céu de nuvens acinzentadas,

de um porto,

na Barra.

Moreno sou.


Um silêncio costumeiro,barulhos:

de gotas caindo

e

do atrito dos pneus de carros que correm na rua molhada.


Estou a apreciar uma das fontes da vida

que possui papel importante no ciclo hidrológico.

Que faz as flores e plantas,brotarem.

Alimenta animais e árvores.

Água límpida que nos toma,nos encanta e é derramada dos céus.


Faça com que sempre brote em mim ações boas e pensamentos positivos.

Fazer com que a Mãe Terra seja coberta e encharcadade:

Valores,

Inspiração,

Dedicação e

Amor.

É a sua valia!


Oh, Chuva!

A porta




Uma porta velha, feia, verde.
Cheia de Dobraduras me causava dúvidas
Deveria adentrar-lhe?

Sua madeira corroída por inúmeros cupins famintos.
O verde era do lodo que tomou suas partes.
Seria arte?
Não, sujeira, desdém.

A porta seria de uma casa?
De um corredor?
De uma mata?

A porta era suspeita, não mostrava-me uma saída.

Seria uma entrada? Poderia.
Vazia seria?
O que existiria lá dentro?

Aquela porta estava ao relento.

Só sei que me causava agonia
Aquela porta vazia, sem teto, sem tinta,
Não iria de entrar, a curiosidade em mim não existia
Dei meia volta, virei contra a porta.
Segui em diante.
Olhei novamente, encontrava-se distante.
Distante do corpo, mas dentro de minha mente.
E quanto mais distante ficava, da minha cabeça ela não saia
Um dia iria desvendá-la,
Não sei que dia seria.

Só sei que se arrancassem aquela porta,
O mistério se acabaria.

Luar



Reguladora das marés.
De origem incerta.
É o maior satélite deste Planeta, que se chama Terra.

Acredito que quando tu surges
O céu não perde seu brilho
O mar recebe sua luz
As estrelas compartilham seu espaço
As paixões tornam-se mais quentes,
Os amores mais evidentes,
Os poetas confortam-se,
Inspiram-se,
Os fotógrafos clicam, paralisam, admiram.
Os cidadãos adormecem, enamoram, divertem-se,
Embriagam-se de vinho, bebidas, sexo, e paz.
Uma dose quente.
Uma noite a mais.
De noite ou de dia noto a sua nobre e iponente presença.

Tu me segues.
Suas fases me dizem que não és fixa,
És contínua,
Ilumina,
És cíclica, irradia.
É nova, crescente, cheia, minguante.

Ó Luar brilhante!

Seu Santo protetor,
São Jorge, meu senhor,
Oxossi do Candomblé,
Defende a nossa fé lunar.

Se a sua procura estiver,
pra te encontrar dificuldade não há,
não preciso de foguetes,
com os pensamentos hei de voar.
É só abrir a mente, clarear
Abstrair, refletir, pensar, amar, sentir, se permitir,
E na esfera lunar se encontrará, melhor ainda, se perderá!