quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Aqueles olhos que me seguem podem não ser seus
Sem dúvidas não são meus, podem ser de ninguém
Aquelas vozes que escuto podem ser dizeres, ruídos
Ou simplesmente a sombra de um pensamento antigo.

As lembranças boas ficam no passado.
A dor dilacera, caleja, fere, dói.
E a ferida seca, permanece, não há remédio.
Mas onde há dor, existe também o amor.
Sua leveza suaviza, transmuta, modifica, mas não cura.


Muitas vezes olhos e vozes te apontam.
E não se olham, não sabem quem são.

O mundo cria dor a medida que você o vê, o sente.
Assim, como ele é. No que se tornou.

Usando um anestésico, viajo gostoso.
Mergulho num mundo menos doloroso,
num mistério gozoso.
Enquanto espero o passar do tempo.
Livros inteiro passam em minha vida.
Pessoas vivem e morrem em sigilo .
E eu continuo a correr contra a parada cardíaca.

Meu coração transmite sensações ao corpo todo.
Como se algo estranho estivesse perto de surgir.
Possuo o brilhante dom de ser quem eu quero
Mas onde o capital impera limites vão sempre existir.

Suo com o prazer que a endórfina passa ao meu corpo.
Atento com a audição que pulsa minha sensação.
Quero correr pra qualquer lugar, fora daqui, sem mensurar.

Desejo uma vida livre de prisões, obrigações, mas como serei livre?
Se liberdade não existe.
Só nas definições e conceitos.

A realidade é mais bruta!

Como ser um artista?
Se ando e desando num mundo capitalista?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

No abundantemente claro, deve haver o breu.
Que perfeitamente dissolve-se nos seus.
Sentidos, órgãos.
Prazeres!
Que circulam...
Olhos que observam,
Captam dizeres.
Que envolvem, mutam-se, misturam-se e fundem.

Como se no olhar, entrasse o espírito fantasioso do querer.
Da pele, do todo com o corpo, do corpo com o espaço, do poder.
Do espaço para mim, referente a si.

Elo que eu vi entornar-se em mim, como vinho rubro.

E aos poucos ri, de loucura controlável.
De devaneio próprio, íntimo.
Preparando, pouco a pouco, o choro do riso.
O preparo do gozo, o todo.

Quente.

Senti na pele o que ardia.
De onde um dia vi e me encontrei,
O temporal.

Constantemente transmuto-me em Sentidos.

sábado, 4 de setembro de 2010

Respirando o ar que aos poucos alimenta meu pulmão de vida e poeira,
Raciocinando com o coração, a pele, a seiva da vida.
Parafraseando a frase que paira no ar, quando se quer amar,
Agindo com sentidos, percepções, emoções.
Sem calcular até onde o mar vai me levar.
Mar imaginário que está dentro do aquário, cheio de peixes, frutos, plantas...
Tão profundo posso ir nele, tão superficial, sem definido.
Mas o que usaremos para navegar-te, fica em sigilo.
Portanto ainda acredito que podemos reunirmos, com ritmo.
E num dado estante o Oceano sem fim será o lugar inteiro.
De onde todos possam navegar, pois livres vão estar.